Comemorando 55 anos de sucesso em vendas e aclamação crítica, a Toyota Hilux continua a ser um ícone no mercado automobilístico.
História
No Japão, em março de 1968, a Toyota lançou oficialmente um novo veículo que revolucionaria o conceito de picapes.
A Hilux foi lançada originalmente como sucessora dos modelos Stout e Briska (originalmente conhecidos como Hino Briska). O nome “Hi-lux” foi criado a partir da fusão das palavras em inglês “high” (alto) e “luxury” (luxo), e o veículo foi projetado pela Toyota para ser produzido pela divisão de caminhões e ônibus da HINO, que é uma marca subsidiária da Toyota atualmente.
A primeira geração da Hilux contava com um motor de 1.5 litros de 4 cilindros em linha, produzindo 70 cv de potência. Esse motor era compartilhado com o caminhão leve Toyoace, que tinha uma configuração “cab-over”, com a cabine posicionada acima do motor. A transmissão era manual de quatro marchas, com o câmbio localizado no volante, o que permitia espaço para até três ocupantes na cabine. Com um peso de 1.040 kg e uma capacidade de carga de uma tonelada, a Hilux foi projetada para oferecer durabilidade e versatilidade para atender às necessidades de transporte de carga.
Após seu lançamento no Japão, a Hilux expandiu-se para os mercados da Austrália e Arábia Saudita, e logo em seguida desembarcou nos Estados Unidos, juntamente com os icônicos Corolla e Land Cruiser. A picape Hilux desempenhou um papel importante na consolidação da marca Toyota como uma das mais importantes no mercado norte-americano, conquistando uma base fiel de fãs e contribuindo para sua reputação de qualidade e confiabilidade.
Em poucos anos, a produção da Hilux foi expandida para a Tailândia e África do Sul, tornando-se locais-chave para sua fabricação e possibilitando sua expansão para os mercados da Ásia, África e Europa.
A segunda geração da Hilux, introduzida em 1972, trouxe a versão “Highway”, que apresentava uma caixa de câmbio automático e dois bancos dianteiros separados, em vez do banco inteiriço para três pessoas da versão anterior. Além disso, o motor foi aprimorado, oferecendo mais potência. O sucesso da Hilux foi notável, e em 1978, apenas dez anos após seu lançamento, a Toyota já havia exportado mais de um milhão de unidades da picape.
Já em sua terceira geração, apresentada em 1978, a picape ganhou motorização diesel e tração nas quatro rodas em algumas versões e uma delas ainda acrescentava pela primeira vez a cabine dupla.
A quarta geração da Hilux foi apresentada em 1983. Nesta época, a Hilux era a primeira picape da história a atingir uma produção anual de 4 milhões de unidades.
Esse volume foi atingido porque a Toyota oferecia diversas opções aos clientes e por atender às necessidades específicas de cada mercado.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o desenvolvimento da 4Runner foi voltado para um público que cada vez mais utilizava picapes no dia a dia.
Na quinta geração, lançada em 1988, a Hilux já havia conquistado uma sólida reputação como um veículo resistente, robusto, confortável e com alto desempenho.
A sexta geração, por sua vez, apresentada em 1996, trazia a dirigibilidade aperfeiçoada, o que aumentava a sensação de conforto de um veículo de passeio, mas sem perder a robustez que um veículo fora de estrada precisa oferecer.
Para a sétima geração da Hilux, apresentada em 2004, a Toyota havia criado uma via direta para ouvir a opinião do consumidor a fim de evoluir e aplicar as melhorias necessárias para atender as demandas dos mercados. Herdando seu estilo robusto, esta geração oferecia aos clientes altos níveis de durabilidade e conforto que procuravam, com maior espaço interno, conforto de direção de um veículo de passeio quanto a conveniência de um SUV.
A oitava – e atual – geração da Hilux, apresentada em 2015, teve o seu desenvolvimento centrado na “redefinição da robustez”, com o objetivo de tornar a Hilux mais “resistente” com base numa interpretação muito mais ampla dessa palavra. Além das ideias convencionais de resistência, esta geração ostenta conforto a bordo, dirigibilidade e design, que mais uma vez, evoluíam tornando-a mais próxima de um carro de passeio, entretanto, sem deixar de lado os atributos que tornaram a Hilux um sucesso de vendas, como robustez e performance. Nesta geração, a suspensão foi aperfeiçoada e houve um aumento em 20% na rigidez estrutural.
Chegada na América do Sul
Nos primeiros anos da década de 1990, a Toyota tomou a decisão de construir uma nova fábrica na América Latina voltada para a produção da Hilux. A picape Toyota se mostrou o veículo ideal para a região, que ainda tinha uma predominância de atividades relacionadas à agricultura ou mineração, e cujos clientes demandavam um produto que combinasse qualidade, confiabilidade e durabilidade.
O destino escolhido para esta nova fábrica foi a cidade de Zárate, na Argentina, uma localização privilegiada por sua conexão com as principais rotas da região, proximidade com a rede de autopeças e os terminais portuários e acesso à energia.
A produção das primeiras 10 mil unidades da Hilux começou em 1997, destinadas a clientes na Argentina e no Brasil. E em 2002, foi anunciado um investimento multimilionário para a reforma da fábrica, a fim de ali produzir a plataforma IMV (Innovative Multipurpose Vehicle) para o lançamento da Hilux de sétima geração.
Àquela altura, a Hilux já era comercializada em 140 países e com este novo modelo ampliou o espaço interno e exibiu o conforto de condução e praticidade de um SUV.
A plataforma IMV abrigava três versões diferentes da Hilux, da minivan Innova e do SUV SW4, que em outros mercados levava o nome Fortuner.
Hoje a Hilux é líder de mercado em seu segmento em toda a América Latina. O modelo é produzido na fábrica da montadora em Zárate e exportado para 22 países, incluindo o Brasil.
30 anos de Brasil
Recentemente, a Toyota do Brasil celebrou os 30 anos de vendas da Hilux no país. Em 1992, a picape foi apresentada no Salão Internacional do Automóvel e chegou ao Brasil em sua quinta geração, importada do Japão. A Hilux rapidamente se tornou uma opção importante para os consumidores brasileiros, consolidando-se com base na reputação de qualidade, durabilidade e robustez estabelecida anteriormente pelo Bandeirante. A versão disponível no Brasil contava com um motor de quatro cilindros a diesel, oferecendo opções de cabine simples e dupla para os consumidores.
Saiu de 372 unidades vendidas em sua chegada para 919 veículos comercializados no ano seguinte e um total de 6.152 até 1996.
Desde então, as vendas seguiram em forte crescimento, alcançando volumes de 4.148 e 7.283 nos anos de 1997 e 1998 respectivamente. E atendendo às demandas dos consumidores, na linha 2002, a picape passou por um facelift e recebeu um novo motor turbodiesel com 3.0L e 116 cavalos, além de contar, pela primeira vez, com um propulsor quatro cilindros 2.7L 16V a gasolina com 142 cavalos, tornando o veículo ainda mais competitivo em seu segmento.
Já em 2005, a Toyota apresentou ao mercado a sétima geração da Hilux com o slogan “A Revolução Total”, alavancando as vendas graças ao salto tecnológico com a introdução da transmissão automática, muito requisitada pelos consumidores, e o refinamento de vários itens de conforto e conveniência, sem perder a qualidade de construção e robustez.
Na oitava geração, lançada em 2015 como linha 2016, a Hilux consolidou a imagem e o sucesso da versão anterior com uma plataforma totalmente nova e mais reforçada. Ainda houve atualizações no quesito segurança com a inclusão de três airbags (dois frontais e um de joelho para o motorista), nas versões cabine simples e dupla, e sete airbags (dois frontais, dois laterais, dois de cortina e um de joelho – para o motorista), na versão SRX cabine dupla, tudo isso fez que a picape alcançasse as cinco estrelas nos testes de colisão do Latin NCAP.
Em 2019 a Toyota do Brasil apresentou, pela primeira vez, uma versão esportiva da Hilux, a GR-S, limitada a 420 unidades, com novo visual, grade hexagonal e remodelação do para-choque dianteiro, representando o conceito da divisão esportiva Toyota GAZOO Racing. Equipada com um motor diesel 2.8L, quatro cilindros, de 177 cavalos, a nova versão esportiva também ganharia uma companheira em 2020 com nova motorização, agora com propulsor a gasolina, 4.0L V6, com 234 cavalos.
Consolidando sua liderança de mercado, a linha Hilux 2021 recebeu uma importante atualização mecânica no motor diesel, que agora contaria com 204 cavalos, além de itens avançados de segurança.
Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a Hilux fechou o ano de 2022 na liderança de sua categoria com 48.611 unidades comercializadas. Neste ano, a picape segue líder de mercado com 6.249 unidades vendidas, representando 40,4% do market share no segmento de picapes médias a diesel.