Prestes a completar 70 anos no Brasil, a Volkswagen do Brasil inaugurou na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) um segundo espaço dedicado para exposição dos carros do seu acervo de clássicos.
Chamada de Garagem VW – Parte II, a área de 1.430 m² na Ala 5 da fábrica Anchieta dá uma nova dimensão ao trabalho realizado na Parte I, inaugurada em 2019. São 36 novos carros em exposição, misturando modelos já conhecidos e unidades inéditas, nunca antes apresentadas.
Conheça os Fusca da Garagem VW:
Fusca 1986, o último antes do hiato
A unidade, que saiu diretamente da linha de produção, está entre os últimos fabricados na “primeira fase” do modelo, que foi de 1959 a 1986. Esse simpático Fusca vermelho é equipado com motor 1.600 cm³ a álcool.
Fusca 1993, o Fusca Itamar
Fora de linha desde o fim de 1986, o Fusca voltaria a ser fabricado em 1993. O renascimento, inédito no mundo, veio de um pedido do então Presidente da República, Itamar Franco, que via na retomada da produção um caminho para a geração de empregos e um estímulo econômico. Um programa de isenção tributária foi especialmente moldado à motorização refrigerada a ar de Fusca e Kombi.
O exemplar que faz parte do acervo tem chassi número 9BWZZZ11ZPP00001, é o primeiro exemplar produzido na segunda fase de manufatura e o mesmo veículo apresentado a Itamar Franco na celebração do retorno da produção. Seu valor histórico é inestimável.
Cabelos ao vento no Fusca 1996
Em 1996, três anos após ter sua produção retomada a pedido do então Presidente da República Itamar Franco, o Fusca deixaria novamente a linha de produção da Planta Anchieta. Para a aposentadoria definitiva, a Volkswagen criou a Série Ouro: 1.368 exemplares diferenciados dos demais Fuscas “Itamar” por faróis auxiliares, lanternas escurecidas, logotipo nas laterais e a plaqueta “Fusca”, na tampa do motor, em dourado. No interior, bancos com revestimento de Pointer GTI, volante de Gol, painel com fundo branco e vidros verdes.
Encerrada a produção do Série Ouro, outros três exemplares foram convertidos em conversíveis pela Sulam (tradicional transformadora de veículos fundada em 1973). O último desses, chassi número 9BWZZZ113TP006623, pertence ao acervo histórico da Volkswagen do Brasil. Pintado na cor branca, com capota preta, o Fusca conversível do acervo traz o 1600 cm³ a gasolina, com motor injetado para o mercado mexicano.
Fusca, uma história que nunca acaba
Carro que iniciou as operações da Volkswagen no Brasil, em 1953, montado em um galpão no bairro do Ipiranga. Seu motor tinha 1.200 cm³. A partir de 1959 começou a ser fabricado no País, já na unidade Anchieta, até 1986.
Durante todo esse período o Volkswagen Sedan foi sempre equipado com diferentes versões do motor quatro-cilindros refrigerado a ar – o câmbio foi sempre manual de quatro marchas e a tração, traseira. Primeiro, o motor passou de 1.200 cm³ para 1.300 cm³, a partir de 1967, com 45 cv brutos.
Em seguida, ganhou a versão de 1.500 cm³, introduzida em 1970, com 52 cv brutos. A potência veio associada à bitola traseira 62 mm maior, o que alterou o porte do modelo e lhe rendeu o apelido de “Fuscão”.
A versão de 1.600 cm³ viria em 1974, com dupla carburação, que rendia 65 cv brutos. Essa mudança veio acompanhada de aumento também na bitola dianteira, além de para-brisa maior, sistema de ventilação interna e pisca-alerta.
Ao longo dos anos foram sendo introduzidas melhorias como a coluna de direção bipartida, duplo circuito de freios independentes e comando do limpador de para-brisa na coluna de direção (1977), volante de polipropileno texturizado e as lanternas traseiras grandes e arredondadas apelidadas de “Fafá” (1979), aquecimento interno e ignição eletrônica (1983), entre outras. O modelo teve também várias reestilizações e séries especiais, como a Prata, de 1979.
Do original Volkswagen Sedan, o nome foi oficialmente substituído por Fusca em 1983. Em 1984, o modelo ganhou freios a disco na dianteira e passou a ser produzido apenas na versão 1.600 – no ano seguinte receberia versão 1.600 movida a etanol. Sua produção foi retomada em 1993 e durou até 1996.